REGRA DE SÃO BENTO
A Regra de São Bento (em latim, Regula Benedicti ou RB), escrita por São Bento de Núrsia, no século VI1, é um conjunto de preceitos destinados a regular a vivência de uma comunidade monástica cristã, regida por um abade.
Escrita numa altura em que pululavam, por toda a Cristandade, inúmeras regras, começou a ter sucesso sobretudo a partir do século VIII, quando os Caloríngios2 ordenaram que fosse a única regra monástica autorizada nos seus territórios - e a partir daí, esse preceito estendeu-se ao resto da Europa, sobretudo com o advento da reforma gregoriana.
A Regra de São Bento se espalhou amplamente a partir do século VII; mas, na França, ela se tornou somente a única regra de autoridade da ordem no final do século VIII e início do século IX.
A adoção da regra foi resultado principalmente dos esforços reformistas de Bento de Aniane (750 a 821, aproximadamente), corroborado pelo apoio político do imperador Carlos Magno (742 a 814) e de seu filho e sucessor, Luís, o Pio (778 a 840).
Foi também adaptada, com igual sucesso, pelas comunidades regrantes femininas. Pode-se dizer que a regra tem sido um guia, ao longo da sua existência, para todas as comunidades cristãs da Cristandade Católica e, desde a Reforma Protestante, também aplicável às tradições Anglicana e Protestante.
O espírito da Regra de São Bento resume-se em dois pontos: o lema da ORDEM DE SÃO BENTO (pax - «paz»), que nasceria séculos mais tarde, como resultado da agremiação de vários mosteiros que partilhavam a mesma regra; e ainda o tradicional ora et labora («reza e trabalha»), súmula da vida que cada monge deve levar.
Ora et labora (Orar e trabalhar) é uma célebre frase que reflete a ideia básica por trás das leis da vida monástica, formulada originalmente por São Bento de Núrsia e visando inicialmente ser uma regra interna para os monges do mosteiro do próprio São Bento, em Montecassino, Itália.
O manuscrito apresentado aqui tem como base uma cópia encomendada por Carlos Magno nos anos subsequentes a 787, com o objetivo de estabelecer uma versão autêntica da regra. Ele representa o mais antigo manuscrito bávaro da Regra de São Bento ainda preservado.
O texto começa com uma página iluminada que mostra uma cruz latina com ornamentos circulares sob um arco.
A decoração das iniciais mostra influências advindas do norte da Itália.
O manuscrito é atribuído a um escriba chamado Dominicus, cuja caligrafia também pode ser encontrada em outro manuscrito da abadia beneditina de Tegernsee, localizada em Tegernsee, no sul da Baviera.3
Isto sugere que este manuscrito provavelmente tenha sido escrito no mosteiro e que pertencia a ele. Ao longo do processo de secularização dos mosteiros, o manuscrito chegou a Munique em 1803.
Notas:
1. de 480 a 547, aproximadamente;
2. O Império Carolíngio, também conhecido como o Império de Carlos Magno (768-814), foi o momento de maior esplendor do Reino Franco, que ocupava toda a região central da Europa. Com uma política voltada para o expansionismo militar, Carlos Magno expandiu o império para além dos limites conquistados por seu pai, Pepino, o Breve. Ele conquistou a Saxônia, a Lombardia, a Baviera e uma faixa do território da atual Espanha.Embora suas conquistas militares tenham sido significativas, foi nas áreas cultural, educacional e administrativa que o Império Carolíngio demonstrou grande avanço. Carlos Magno preocupou-se em preservar a cultura greco-romana, investiu na construção de escolas, criou um novo sistema monetário e estimulou o desenvolvimento das artes. Graças a isso, o período ficou conhecido como o Renascimento Carolíngio;
3. A Baviera é o maior estado da Alemanha, partilhando da fronteira alemã com a Austria a sudeste, com a República Checa, a leste e o lago de Constança a sudoeste. No quadro da Alemanha, é rodeada pelos estados de Baden-Württenberg (a oeste), Hesse (a noroeste), Turíngia (a norte), e Saxônia (a nordeste).
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