SEGURELHA-ANUAL ou SEGURELHA-DAS-MONTANHAS ou SEGURELHA-DE-VERÃO (Satureja hortensias)
Originária da Ásia Ocidental e Central, esta erva é utilizada a mais de 2000 anos como tempero na culinária.
Seu aroma assemelha-se ao do tomilho, porém é mais amargo e penetrante.
É muito utilizada na culinária italiana. Em outros tempos, a Segurelha substituía a pimenta-do-reino1 (rara e portanto, cara) em diversos pratos culinários.
Na medicina tradicional, é empregada para anginas, banho, bronquite, diarréia, espasmo, estômago e ferida. É também uma planta considerada afrodisíaca.
Assim como a segurelha Satureja hortensis, existe uma outra segurelha, nomeada Satureja montana (muito comum na Turquia); ambas são da família Lamiaceae, ou seja, a mesma família do tomilho, alecrim, orégano, hortelã, manjerona e manjericão, e possuem os mesmos usos culinários.
A Alimentação e Medicina Hildegardiana usam a Segurelha-Anual (Satureja hortensis) no caso de:
- problemas digestivos;
- problemas intestinais;
- para combater a tristeza;2
- para combater a melancolia;3
- fraqueza dos olhos;
- predisposição à catarata;
- para diminuir a tensão arterial;
- fraqueza ou problemas cardíacos acompanhados de queimação estomacal.
Hildegarda de Bingen recomenda a Segurelha-Anual (Satureja hortensis) cortada minuciosamente, - de preferência fresca - mas também pode ser usada em pó diretamente sobre os alimentos, sem ser cozida:
"Aquele no qual o coração está fraco e o estômago doente, deve comer esta erva com frequência, mas sem cozinha-la."4
Curiosidades:
Satureja em latim significa sátiro e, de acordo com a lenda, diz que a segurelha pertencia aos sátiros (personagem mitológico metade homem e metade bode, que habita as florestas). Até o século IX ela não era cultivada, apenas crescia espontaneamente em encostas e colinas de solo calcário e árido. Os italianos provavelmente foram os primeiros a cultivá-la com a finalidade de tempero. Shakespeare cita esta erva na peça de teatro Conto do Inverno (The Winter’s Tale).
No período romano, esta erva era muito popular e também utilizada por suas várias propriedades. Na Idade Média, a Satureja deixou de ser cultivada tanto por causa de sua reputação afrodisíaca como também porque era considerada uma erva diabólica (certamente em razão de seu nome estar ligada à imagem do sátiro). Foi preciso que Hildegarda comece à utilizá-la e também divulgar suas propriedades curativas para que a Satureja volte à ser cultivada e utilizada tanto na culinária como na medicina.
Notas:
1. Piper nigrum
2. Esta erva não pode faltar para as pessoas que buscam combater o vício 35 (ver Vicíos e Virtudes);
3. Esta erva não pode faltar para as pessoas que buscam combater o vício 35 (idem acima);
4. traduzido livremente do francês: "Celui dont le coeur est affaibli et l'estomac malade, qu'il mange souvent de cette plante, mais sans la faire cuire."
Fonte:
Institut Hildegardien, France
Viveiro Orgânico de Ervas e Tempêro Sabor de Fazenda
Bibliografia:
Kowalchik, Claire & Hylton, William H. Rodale’s Illustrated Enclyclopedia of Herbs. Rodale Press, 1997.